Pedi a ela
que me deixasse em paz.
Ofendida,
respondeu (como sempre odiei) ok
e desligou
na minha cara.
Depois de
tanto tempo ainda não sabe?
Paz!
Sem ela,
essa palavra são só três letras agrupadas ao acaso.
Ao lado dela
aconteceram os meus raros momentos de paz.
Nos braços
dela.
Com a cabeça
no peito dela.
Sentindo o
cheiro dela.
Olhando o
sorriso dela
e os olhos
dela que me olhavam.
Olhos onde
eu podia me ver.
Ver-me
claramente.
Ver-me sem
os disfarces usuais.
Estes, eram
para as outras pessoas, não para ela!
Ela me
deixava nua,
despida,
descabelada
Esvaziava-me
para depois me encher,
completar.
Com ela,
ali,
nua,
aquecida
pela sua pele,
embalada
pela sua voz,
seu
respirar,
seu pulsar ,
seus “ésses”
puxados em tom rouco...
Ali, eu
podia ser qualquer coisa.
Eu podia ser
tudo.
Eu podia ser
nada.
Eu ERA e me
bastava.